27 de mai. de 2011

Soprando No Vento (Bob Dylan)


Quantas estradas precisará um homem andar

Antes que possam chamá-lo de um homem?

Quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar,

Antes que ela possa dormir na areia?

Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar,

Até serem para sempre abandonadas?

A resposta, meu amigo, está soprando no vento

A resposta está soprando no vento

Sim e quantos anos pode existir uma montanha

Antes que ela seja lavada pelo mar?

Sim e quantos anos podem algumas pessoas existir,

Até que sejam permitidas a serem livres?

Sim e quantas vezes pode um homem virar sua cabeça,

E fingir que ele simplesmente não vê?

A resposta, meu amigo, está soprando no vento

A resposta está soprando no vento

Sim e quantas vezes precisará um homem olhar para cima

Antes que ele possa ver o céu?

Sim e quantas orelhas precisará ter um homem,

Antes que ele possa ouvir as pessoas chorar?

Sim e quantas mortes ele causará até ele saber

Que muitas pessoas morreram?

A resposta, meu amigo, está soprando no vento

A resposta está soprando no vento

Da História






A esperança dorme com o historiador, pois, este sonha o mesmo sonho daqueles que estão no passado, confabula a mesma conspiração, participa da mesma sociedade secreta, bebe a mesma bebida na mesma taberna, olha as mesmas estrelas... E esses sonhos, essas conspirações, essa sociedade secreta, essa bebida, essa taberna e essas estrelas têm o nome de felicidade.

Se?





"O que aconteceria se?" é um título que Marvel comics usa volta e meia para mostrar outras possibilidades para histórias já contadas, de encontros e confrontos que não aconteceram... Mas, isto explora uma característica muito comum das novas vidas.

Quantas vezes gostaríamos de voltar no tempo só para ver o que aconteceria se tivéssemos tomados outras decisões, outros caminhos... Quantas mulheres amaríamos? Quantos sorrisos daríamos? Quem seriamos neste exato momento?

E a culpa deste sentimento é a liberdade, a mais bela das maldições. Ela é a causa desta angustia, a culpada de pensamos: "E se?

Não que nossas escolhas sejam definitivas, longe disso. Mas, os nossos caminhos seriam outros mesmo voltando por veredas já trilhadas, vendo as paisagens já vistas, não seriamos mais os mesmo que antes.

A História é a construção das possibilidades, mas, pensar no " e se?" pode nos ajudar a entender os caminhos trilhados, pensar se realmente queremos trilhas estes caminhos, se valeu a pena esse caminho... Ou até mesmo pensar se trilhamos "bem" estes caminhos.

17 de mai. de 2011

Das Divindades

Os deuses existem na medida em que os homens os criam. No mais recente filme da Marvel, Thor, esta é a receita que transforma Thor em Deus. Ele só é visto como Deus pelos humanos, em Asgard ele é apenas o herdeiro inconseqüente do trono, por mais forte e valoroso que este seja em batalha.

Qual seria a razão de necessitássemos tanto de Deuses? Em tempos remotos precisávamos deles para negociar com a natureza, mas, agora qual é sua razão de realmente existir?

Conforto? Esperança? Encontramos isso nas nossas relações O outro é capaz de assumir estas responsabilidades. Então se temos de deusificar algo que seja o outro.

Mesmo o poderoso Thor, deus entre os homens, apenas supriu suas faltas diante do Outro. Diante do amor por uma mortal seu modo de ser rende a coração do homem. Uma mulher foi capaz de transformar Thor em guerreiro digno de seu trono, o amor é conquista do fogo até mesmo se este fogo fosse o dos deuses.

Nessa conquista do fogo o amor é Prometeu, é aquilo que se deve adorar, é o Deus que vale a pena e é o Deus libertador.

15 de mai. de 2011

História Frágil




Os discos voadores chegaram e nesse mesmo dia os mortos voltariam a vida, poucos minutos depois os deuses entrariam em guerra, antes que essa guerra acabasse os animais contariam histórias ao homens, ao mesmo tempo as montanhas se cansariam de suas posições e virariam, antes delas completarem os movimento, os computadores se revoltariam e as telas diriam o que deveríamos fazer. Mas, eu nem ficaria sabendo, pois estava no meu quarto, sem fazer nada, só esperando ela ligar[1]

A história que vivemos não é necessariamente a dos grandes movimentos, assim como o disco voador não foi visto, talvez não tivemos medo do comunismo, da bomba nucelar ou dos ditadores latinos americanos. Vivemos com os sorrisos, com as lagrimas de quem nos é próximo e com quem para o bem ou para mal nos importa. A História só existe, então, no encontro ou no desencontro.



[1] Adaptado do poema “Quando os discos voadores chegaram” de Neil Gaiman no livro: Coisas Frágeis 2