Aquiles
e Pentesiléia, princesa das amazonas, cruzaram suas armas numa das últimas
batalhas da Guerra de Tróia. Aquiles a derrota, mas ver o seu rosto sem o elmo
e isto é o suficiente para fazer o herói grego se apaixonar. Então, o corpo de
Pentesiléia é carregado nos braços por Aquiles e entregue aos troianos, para
que se possa fazer o sepultamento. É pela paixão de Aquiles que amazona ganha
seu túmulo, o que desejara desde que matou a própria irmã em um acidente de
caça na ilha das amazonas.
O túmulo em toda narrativa homérica
é algo de extrema importância, pois ele é o signo do herói. A própria palavra
grega para túmulo é a mesma para signo (Sema)
por isso o poeta era aquele capaz de construir o túmulo do herói. Precisamos de
articular uma história para aqueles que tiveram seus corpos vilipendiados no
cortejo do progresso, descansem em seus túmulos. Os corpos estão debaixo dos
pés dos vencedores, esquecidos, por isso é preciso sepultá-los para que os
outros possam ver estes túmulos. Para fazer lembrar daqueles que sofreram a
barbárie que toda cultura carrega consigo.
História deve ser um trabalho de
luto, onde rememoramos os mortos para continuara a viver. Por isso, precisamos
de túmulos para que possamos ter o signo daqueles sobre qual nosso luto possa
repousa. Assim como os poetas escolhem que heróis são aqueles que suas palavras
erguerão túmulos, o historiador também assim o faz. Porém, o túmulo não pode
ser construído pela empatia, pois o historiador que tem empatia com o passado terá
empatia com o vencedor, pois a empatia tem origem em uma inércia do coração, em
um mundo que precisa mais do nunca de movimento.
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