18 de mai. de 2010

Viver é difícil, perigoso e não é preciso



“Seu quebra-cabeça não tem limites de peça. Sua astúcia está na costura que segura o balanço do corpo. Arquiteta o exílio da possibilidade de escrever sobre a morte, de não experimentá-la. O direito ao delírio é humano, silencioso ou histérico” (Antonio Paulo Rezende, Ruídos do Efêmero)

Há muito tempo atrás Delírio era Deleite, a mais jovem dos Perpétuos quase nada conhecemos da Deleite. Apenas sabemos que a sua confusão a levou ao abraço de Destruição, encontro este que mudou Deleite para Delírio.

Ela é irmã caçula dos Perpétuos, a sua travessia é mudança constante. Sua aparência é apropriada ao seu modo-de-ser. Cabelos pintados e longos de um lado e careca do outro, olhos de cores diferentes, combinações de roupas estranhas e peixes e borboletas voam ao redor de sua cabeça. O seu falar é representado por balões contendo as cores do arco-íris e não tem uma tipografia de letras uniformes. Esta é a beleza do Delírio.

Tudo é mudança, não existe permanecias em Delírio. É preciso conviver com ela com cuidado, é preciso experimentar, mergulhar no seu coração. Porém, o perigo é grande. Eu não tenho medo de ir ao encontro de Delírio, o medo está em não querer voltar. E ai que reside uma das dificuldades de viver dita por Guimarães Rosa, ou o não preciso de Fernando Pessoa.

Por isso que Delírio é um direito e não um dever.

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