12 de jun. de 2010

A conquista do Fogo. Ato III



A travessia do herói em Evangelion é surpreendente, as escolhas, as veredas, os recuos... É na travessia que reside à beleza desta história, pois, a beleza é a transformação e em Evangelion “Viver é estar em constante transformação” e ainda mais nós somos responsáveis de escolher os caminhos das mudanças, apenas não podemos evitá-los.

Nem mesmos os anjos estão livres da maldição da liberdade, nada escapa as forças da escolha, pois, a liberdade aqui entendida é sartreana. Ou seja, a liberdade é capacidade de fazer com o que os outros fazem conosco.

E mesmo na batalha final da sobrevivência de duas espécies: Os anjos e Os Homens; a possibilidade de escolha não é negada a ninguém. O ultimo anjo a oferecer combate já estava entre os homens e convivia com o nosso herói, e através da convivência o coração do anjo fora conquistado.

O ultimo anjo escolhera forma de homem e diante do fim do mundo ele disse: Não. A forma passa a ser tão importante quanto o conteúdo, pois, ao final percebemos que os seres humanos e os anjos sempre foram mais iguais do que percebemos.

O ultimo anjo e a ultima batalha foram travadas no coração, a escolha do Não condenou os anjos e salvou a humanidade, mas, nunca fora o objetivo deste anjo salvar a humanidade ao se abster da existência. Ele apenas desejava salvar o Herói, a humanidade que ao começo desta travessia sempre fora salva pelo individualismo dos pilotos dos monstros, teve sua salvação dos anjos através do coração de um anjo.

A conquista do amor do inimigo é o milagre total humano, pois, apenas o anjo em forma humana fora capaz de ser-para-si-para-o-outro, tal como um homem. Ao abandonar a solidão angelical ele entendeu que apesar do inferno ser Os outros é preciso que algumas pessoas sejam preservadas juntas ao coração, pois, se o inferno realmente são Os outros o Paraíso solitário dos anjos é um lugar pior que este inferno.

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