7 de jul. de 2010

Vingança da Arte




O cinema é obra de arte na sua reprodutividade técnica, uma arte que não existe o original no qual a copia do filme tem o mesmo valor que filme em si. Os quadros representam o contrario, um Caravaggio original tem valor inestimado enquanto a sua copia mais fiel nada vale.

Existe uma razão lógica para isso, os custos de fazer um filme não permitem que exista apenas uma cópia da obra. Seria inviável produzir cinema para poucas exibições e poucas cópias. O cinema mata o caráter físico da obra, apenas o conceito pode perpetuar.

Esta dessacralização da arte no cinema é o que permite a criação de uma indústria cinematográfica, que encontrou espaço no EUA para se desenvolver ao ponto de produzir o filme mais caro da história[1] em plena crise econômica mundial.

Sendo uma indústria capitalista o lucro é objetivo principal e esta é a morte do ideal de arte. Porém, existem espaço de navegação entre poderes capitalistas e na construção de um filme que atenda minimamente o mercado e arte que se pode encontrar esperança.

V de vingança é esta obra de arte e de mercado onde seus ecos se encontram no protesto de Hong Kong, onde V personificou o desejo da democracia. Se existir um Sistema ele é instituinte do filme V de Vingança, mas, não é instituído pelo filme. O Sistema falha em V de vingança e é ai que reside a vingança da arte.


[1] Avatar de James Cameron

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