13 de jun. de 2011

Mapas das Escolhas





Então ela olhou para mim de forma desinteressada. Tinha uma maquiagem forte nos olhos e usava uma boina que fazia sombra no olhar. Seu cabelo saia dessa boina em uma trança de um lado e do outro lado uma franja. Devia ser mais jovem que eu uns cinco anos. Enquanto eu olhei para ela, não  vi expressão nenhuma, deve ser pelo seu jeito blazer, mas isso lhe conferia charme que era completado com sua estilosa roupa.
Por um instante eu consigo pensar em vários acasos. Se por acaso eu tivesse esses cincos anos a menos eu poderia sorrir para ela e puxar conversa. Se acaso eu estivesse com uma roupa menos sóbria, ela poderia ter olhado para mim. Tantos acasos... Depois pensei no ultimo acaso. E se antes desse encontro de olhares eu não tivesse encontrado a mulher da minha vida.
Mas, o acaso de encontrar uma pessoa não determina o amor. São as escolhas, a construção entre pessoas. Podemos nos encontrar por acasos, mas o acaso não determina nossas vidas.
E no exato momento eu fiz o acaso se subjugar a minha vontade, escolhi mais uma vez a mulher que eu amo. E mais uma vez acabo voltando para casa com ares de bobo (qual seria a graça de se apaixonar se não ficássemos assim).
Então podemos pensar em vários encontros ao acaso que não se transformam em mais nada, não pelo acaso em si, mas por nossas escolhas. Quantos amores não realizados já povoaram nossas produções culturais. Wolverine e Fênix, Seya e Atenas, 007 e secretaria do MI6... Todos acasos que as escolhas fazem ser apenas possibilidades distantes. 
Mas, conseguir olhar para outras possibilidades é parte do caráter épico do amor, que me faz sempre escolher “ela”, sempre “ela” que se construiu a mulher da minha vida. 


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