28 de nov. de 2011

Dos amores perdidos




Naquele instante Romeu não saberia mais viver, Julieta fria e falecida aos seus olhos. Então ele se mata e ela acorda. Também se mata. Talvez o maior casal já criado na literatura.
Mas, a grandeza não é morrer de amor. O amor não é simples assim. A grandeza deste casal é ter encontrado alguém que morra pelo o outro. Romeu não morre pelo amor, ele morre por ter perdido alguém que morreria por ele.
O amor deles não era nada civilizado. Não tinha recibos de motéis, nem família no sofá em um dia de domingo. Quando juntos não viajavam ao passado, nem faziam planos para o futuro. Nem presentes de namorados. Era só o amor que já não buscava nada, apenas o olhar do outro, mesmo que para isso o mundo fosse desafiado numa cena de balcão.
Ele e ela encontraram o que quase todos buscam. Alguém que seja capaz, do fundo de nossos covardes corações, de morrer de amor em nosso lugar. Mas, isto nos coloca em uma armadilha, pois, um “amor assim quando não morre mata e amores que matam não são de morrer” (Joaquin Sabina). Então, eles morrem.
Ao morrer eles nos oferecem seu coração. E selam a paz quando tudo estava perdido. Acabaram por criar um amor depois do amor.

Um comentário:

  1. Há quem lamente as divergências de rumos de duas pessoas que se amam. Há quem celebre que tenha havido, em meio a tantas possibilidades contrárias, um encontro.

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