8 de nov. de 2011

Esperança




O futuro é uma ameaça, ele muda o presente constantemente. Suas configurações não são claras, os fios que o tecem não são visíveis. E as distopias estão sempre a espera. Em Filhos da Esperança o futuro é sombrio. Distópico.
            A humanidade é incapaz de procriar há 18 anos. Um mundo sem crianças. O desespero agrava os problemas, guerra, xenofobia, solidão, consumismo, apatia... É um fim do mundo calmo e silencioso. Nada de explosões nucleares, desertos e gangues de motos. Mas, assusta.
            Uma mulher engravida. Negra, imigrante e solteira. A esperança volta ao mundo. A esperança então é caçada, pois ter esperança neste mundo tão próximo ao nosso é ter um poder inacreditável. A criança é buscada. Ritmo frenético, afinal é um filme de ação.
            Em momento de calmaria o herói e a grávida conversam. Quem é o pai dessa criança? E ela responde que é virgem. Depois vêm os risos. E eu assistindo maravilhado. Quando ela diz que não poderia saber quem é o pai, pois vários homens passaram pela sua cama.
            Em um dialogo em meio a tantas cenas de tiros e perseguições, eles matam deus e sua ética. Pois, foi ela que nos levou ao fim do mundo. Agora, nossa criança messiânica é filha do prazer, é filha da renegada, é filha do que queríamos esconder. Messias demasiadamente humano.
            Subverter a ordem é o papel do messias. Pois é a ordem que nos ameaça. Ela sinaliza um momento de perigo. E assim podemos pensar que podemos ser melhores se deixarmos de tentar ser tão bons.  


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