Das maiores fragilidades que os homens têm, o
coração me parece posto em lugares inadequados. Tido como frágil, pois pode ser
partido com palavras igualmente frágeis. Mas, que bombear sangue para o resto
do corpo sessenta vezes por minuto, durante toda uma vida.
Talvez o coração possa ser frágil. Mas, isso não
exclui a força deste músculo que mesmo partido, não para, pulsa e doe, pulsa e
se alegra, pulsa... Pulsa mais e mais.
Talvez as nossas vidas sejam toda essa fragilidade,
uma fragilidade de pequenas coisas grandes. Sorrisos, olhares e toques. Tudo
tão frágil, mas tudo necessário. No fim, estamos o tempo todo neste relampejar
de coisas frágeis e fugidias. Em encontros que não podemos delimitar os quais
reais são. São segredos velados que se contados os outros nem acreditariam. Um
mundo de verdades, todas elas igualmente frágeis.
As nossas fragilidades nos leva para o andar na
corda bamba e é justamente isso que nos força ao equilíbrio. Então, que nossos
corações se encham de coisas frágeis e miúdas, frágeis e enormes. De todos os
sorrisos, olhares e toques.
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